Vapesol fixa salário mínimo líquido de 750 euros

A empresa sedeada em Revinhade, mas gerida pelo vizelense Décio Pereira, pretende cativar mão de obra mas não só.

A empresa de solas para calçado, sedeada em Revinhade, mas gerida pelo vizelense Décio Pereira, pretende cativar a mão de obra, proporcionar melhores condições aos funcionários e possuir vantagem competitiva no mercado.

Não será prática exclusiva em 2022, uma vez que todos os anos a empresa anda à frente do fixado pelo Governo e que para o próximo ano será de 705 euros. Mas 2022 será ano de boas notícias para os cerca de 140 funcionários da empresa de Décio Pereira: “Com o intuito de cativar a mão de obra, temos procurado cada vez mais, e dentro das possibilidades, dar mais e melhores condições a quem está connosco, e ter vantagem competitiva em relação ao resto do mercado”. A Vapesol vai, por isso, oferecer, no próximo ano, um seguro de saúde a cada trabalhador, uma ação que se se refletirá num custo anual para a empresa de cerca de 20 mil euros. Mas esta não é a única boa notícia. É que já em janeiro a empresa vai subir ordenados. “O nosso salário mínimo já é bastante acima, e, a partir de 2022, será de 750 euros líquidos, exceto nos casos em que o trabalhador esteja à experiência, porque nesse primeiro mês é sempre o ordenado mínimo estipulado”, explicou o empresário, realçando que a sua empresa tem, nesta altura, “muitos funcionários acima desse valor”. “Um funcionário médio estará na ordem dos 800 euros”. “Desde há dois ou três anos, também temos prémios de incentivos de trabalho. Um operário recebe à cabeça 100 euros de prémio e que varia consoante o desempenho”, deu conta Décio Pereira. A Vapesol possui também várias vertentes disponíveis para todos os seus colaboradores, desde cantina social, ginásio e balneários. “Já para não falar dos cabazes, brindes e ofertas de Natal que damos aos nossos colaboradores”, acrescentou o empresário. Refira-se que, neste final de ano, a empresa também entregou a cada trabalhador 250 euros líquidos como prémio de gratificação.

Há 20 lugares para ocupar na Vapesol Antes da pandemia, a Vapesol empregava cerca de 90 trabalhadores. Hoje, são 140, mas a empresa pretende recrutar mais cerca de 20 pessoas. “Se não tivéssemos ampliado a empresa com uma unidade de solas em EVA, neste momento não teríamos este problema. É difícil encontrar mão de obra. Neste momento precisamos de cerca de 20 trabalhadores para ficarmos com a equipa completa”, referiu o responsável que se mostra com boas expetativas em relação a 2022. “Será um ano fabuloso para o setor do calçado, isto é expetativa devido à Covid”. Em 2020, ano de forte pandemia, a Vapesol registou um decréscimo de 10%. No entanto, já este ano, prevê registar um crescimento de 30% motivado pelo forte investimento realizado. “Só na unidade de Eva ultrapassou 1,5 milhões de euros. No passado sábado, fizemos adjudicação de máquinas no valor de 1 milhão de euros, para produzir solas injetadas com três cores. Claro que temos um produto diferenciado, não é mais do mesmo porque o nosso objetivo é ter produto de nível elevado”. Têm sido os melhores meses de sempre e este ano está perto de ser o melhor ano de sempre", referiu o empresário. Quanto a novos projetos, Décio Pereira queria ir mais além, mas é a própria equipa que lhe pede calma. “Em 2022 vamos trabalhar para fortalecer, estabilizar o que temos, consolidar, rentabilizar para sermos mais eficazes, mais produtivos”, afirmou. Mas o empresário é difícil de parar. E em janeiro viajará até

Itália: “Atualmente, para alimentar uma máquina o processo é manual, e estamos a planear conseguir fazer esse processo de forma automática. É um projeto complexo muito bem informatizado que não existe em Portugal. E vou ver PU para artigo técnico, direcionado para um cliente muito específico, em marcas fortes e bem implementadas no mercado, nomeadamente na Europa Central”. Para 2022 a meta é também atingir a certificação energética: “Não conheço nenhuma empresa que a tenha. Queremos reduzir o consumo de energia, com auditoria e certificação de todos os processos”. Mas há mais. “O EVA não é reciclável, pagamos para ir para uma lixeira, damos ou vendemos a preço baixo. Começou a trabalhar hoje [terça-feira] em fase experimental, um processo que demorou muito tempo a ser investigado, em que vamos reincorporar EVA velho, serão 20% numa primeira fase. Seremos a única empresa da Europa que consegue fazer reincorporação de EVA velho em solas novas”, rematou

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