Vacinação pode ser a cura para o cancro do colo do útero
A Universidade Sénior do Rotary Club de Vizela promoveu uma palestra, sobre a saúde da mulher, através da participação da ginecologista Lucinda Graça. A apresentação decorreu na tarde desta quarta-feira, na Casa das Coletividades de Vizela, e deu foco à identificação de sintomas de cancro em fase inicial, realçando a importância do conhecimento do próprio corpo, neste caso, nas mulheres. Esta palestra contou com a presença e participação de mulheres inscritas na Universidade Sénior de Vizela, expondo dúvidas e preocupações acerca do seu corpo.
Em entrevista à Rádio Vizela, Lucinda Graça, ginecologista e palestrante, explicou que, nesta apresentação, procurou “salientar, principalmente, a prevenção em relação ao cancro do colo do útero, que pode atingir qualquer idade. É mais comum na mulher adulta, a partir dos 40, 45 anos, mas temos, depois, o cancro do endométrio, que é muito frequente na mulher pós-menopausa, associado ao cancro da vulva e da vagina, que são os cancros mais frequentes na mulher na menopausa”.
Quando questionada sobre se as mulheres possuem o conhecimento necessário para perceberem os sinais dos principais cancros, Lucinda Graça afirmou que não, dizendo “uma das coisas que as senhoras não valorizam é a perda de sangue ou um corrimento rosado, no pós-menopausa. Aparecem-nos pessoas a dizer que voltaram a menstruar, o que não é verdade. As senhoras também têm de ter a noção de que devem vigiar o seu corpo e, qualquer sinal ou sintoma fora do habitual, menstruações muito abundantes, perda de sangue fora da menstruação ou ao ter relações, dores abdominais, pélvicas, são situações que devem ser valorizadas. A literacia em saúde é muito importante”.
A ginecologista falou dos benefícios das relações sexuais para a saúde. Lucinda Graça referiu que “a atividade sexual deve depender muito da vontade do casal”, mas que “não há problema nenhum em manterem a atividade sexual durante toda a vida. Há situações que levam a que a mulher evite a relação, nomeadamente a dor durante o ato, mas há medicamentos que podemos utilizar e que faça com as senhoras possam praticar a atividade sexual não dolorosa, o que vai ser benéfico para o casal”.
Durante a palestra, Lucinda Graça falou do vírus do HPV. Ainda em entrevista, à Rádio Vizela, explicou que este vírus “pode ser identificado através do rastreio do cancro do colo do útero, que habitualmente chamam de Papanicolau, um termo já está em desuso na classe médica, mas que a população compreende”. Por outro lado, o vírus pode ser prevenido através “da vacinação, que já está instituída nas crianças, rapazes e raparigas. Sei que há pessoas que não aceitam a vacinação, mas é uma das formas, talvez até a mais importante, de evitar o cancro do colo do útero. Vacinando o rapaz e a rapariga sabemos que, o colo do útero poderá existir em muito menor número”. A palestrante e ginecologista Lucinda Graça afirmou não saber se a extinção deste cancro.







