Processo disciplinar da GNR após queixa em Vizela

Segundo o Jornal de Notícias (JN), “a GNR acusou, em processo disciplinar, um cabo-chefe do posto de Vizela de ter violado o dever de zelo, por não ter enviado uma patrulha ao encontro de uma mulher, casada com o presidente da Câmara Municipal, Victor Hugo Salgado, quando ela telefonou para a Guarda a queixar-se de ter sido vítima de violência doméstica por parte do marido”.

A acusação considera que o militar “foi negligente ao não usar os meios e capacidades que tradicionalmente se empregam para resolver ocorrências semelhantes” e que “não efetuou nenhuma diligência, nem prática, nem escrita relacionada com a situação, nem registou a chamada no relatório de atendimento”, cita o JN. O jornal acrescenta que o arguido demonstrou arrependimento no interrogatório, sendo descrito como um “militar disciplinado, leal, cumpridor e preocupado com o serviço”.

Ainda de acordo com o Jornal de Notícias, a acusação refere que, após o contacto telefónico, o cabo-chefe terá aconselhado a vítima a ligar para o 112 e para os bombeiros, e a deslocar-se ao hospital antes de comparecer no posto da GNR.

Por sua vez, o advogado do arguido, João Magalhães, considera que a acusação está “eivada de fundamentalismo, demagogia e autoritarismo”. Em defesa, o jurista sustenta que a deslocação ao local “era inviável, por não haver flagrante delito”, e sublinha que a mulher “não indicou onde se encontrava”, o que, segundo a defesa, tornava despropositado enviar o único veículo disponível. O advogado acrescenta ainda que a “patrulha de ocorrências” é acionada apenas para situações de “maior nível de urgência”, defendendo que a vítima poderia formalizar a denúncia junto das entidades hospitalares, “sem necessidade de deslocação da GNR ao local”.

(Fonte: Jornal de Notícias)

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