Combate à crise no setor têxtil divide opiniões

Decorreu, esta terça-feira, a última reunião de Câmara, relativa ao mandato 2021/2025.

Tal como previsto, o executivo deliberou e votou, aprovando com unanimidade, a proposta de voto de Louvor ao atleta de atletismo, Marco Faria, da associação Vizela Corre e a proposta de ratificação de alteração de escalão de subsídio, bem como todas as outras as propostas.

À margem da reunião, a Rádio Vizela entrevistou o Presidente da Câmara de Vizela, Victor Hugo Salgado, que, em comentário sobre o mandato, destacou o investimento de “40 milhões de euros” em “170 obras, no centro urbano, em todas as freguesias, em todas as áreas, seja no desporto, na cultura, nas infraestruturas rodoviárias, seja na regeneração urbana”, nos últimos dois mandatos. “Baixamos todos os impostos municipais”, que são, “neste momento os mais baixos dos últimos 20 anos”.

O presidente da Câmara falou, também, do reforço da “vivacidade do concelho de Vizela, quando relançamos aquilo que é a sua identidade do ponto de vista das festas”, que traz as pessoas à cidade e se traduz “numa mais-valia para o melhoramento da qualidade de vida dos vizelenses e para ajudar a converter Vizela numa cidade de destino turístico.”

Segundo o presidente da Câmara, estes mandatos permitiram reduzir a dívida da Câmara Municipal para os seis milhões e 200 mil euros, efetuando-se uma redução de mais de seis milhões de euros.

Jorge Pedrosa, vereador da oposição, criticou a falta de continuidade do trabalho realizado no mandato anterior, em relação ao atual. “Chamo à atenção que, no mandato 2017-2021, fez-se a requalificação do centro da cidade, com a regeneração urbana sustentável, realizou-se uma série de intervenções do ponto de vista ambiental, com a contentorização do lixo. Fizemos intervenções em cada uma das freguesias que compõem o concelho de Vizela. A grande obra do mandato anterior foi a Ponte da Aliança”. Em comparação, “este mandato 2021-2025 foi muito mais pobre. Nós temos, neste mandato, uma obra, que foram os passadiços”.

Acusou o executivo de fazer menos com mais, dizendo que tiveram “um executivo que não há memória. Nós tivemos um presidente e cinco vereadores a tempo inteiro. No meu tempo, era um presidente, dois vereadores a tempo inteiro e um vereador a meio tempo”.

Victor Hugo Salgado falou, ainda, das dificuldades financeiras sentidas, recentemente, no setor têxtil, que culminaram no fecho das firmas Têxtil Confiberica e de duas unidades da Polopiqué. “O problema não é exclusivo do concelho de Vizela”, verificando-se nos concelhos vizinhos, o que leva o autarca a apontar o dedo ao Governo, exigindo “uma resposta clara, objetiva e pragmática àquilo que são os problemas que o têxtil tem, neste momento”.

Os têxteis de Lar têm sofrido, devido à importação “destes produtos têxteis oriundos do oriente, que criam uma concorrência absolutamente desleal”. O candidato à presidência da Câmara Municipal de Vizela referiu que o Covid foi um momento positivo para estas empresas “porque as pessoas ficaram em casa e gastaram bastante dinheiro naquilo que são as roupas de casa, mas ao mesmo tempo verifica-se, agora, um decréscimo, que origina a falta de procura”.

Em relação, tanto aos têxteis Lar, como aos têxteis de vestuário, “temos problemáticas associadas à inflação, devido ao aumento significativo, constante e permanente dos produtos e das matérias-primas”. Por fim, o autarca falou do “aumento exponencial do preço da energia, que é do conhecimento do Governo”.

O vereador da oposição criticou a “falta de planeamento de um executivo”, dizendo que Vizela necessita de capacidade de atração de investimento. “As crises no setor têxtil e do calçado são cíclicas. Não estou a dizer que não se deve apoiar a indústria têxtil e do calçado, no entanto, nós temos de ter a capacidade, que outros municípios têm, de atrair investimento diversificado, para a criação de emprego diversificado, para que se possa colmatar estas crises que são sistémicas".

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