Demasiadas "férias" para esta altura da época

Zélia Fernandes

2025-11-20


A marcação de jogos e definição das agendas competitivas, parece, por vezes, padecer de alguma falta de desconhecimento de quem as elabora, isto a julgar pelo tempo que algumas equipas estão sem realizar jogos oficiais. 
Sabemos todos que, depois do sorteio das provas e dos emparelhamentos feitos, há um conjunto de situações que irá definir o dia e hora em que cada jogo se irá realizar, quase sempre em favorecimento dos interesses televisivos. Ainda assim, depois da paragem para as seleções, realizou-se mais uma eliminatória da Taça de Portugal, que irá implicar forçosamente uma paragem ainda mais prolongada para a maioria das esquipas. A situação do FC Vizela é um caso gritante, pois a equipa contabilizará três semanas de paragem seguida. O último jogo foi a 08 de novembro e o próximo será a 01 de dezembro, uma longuíssima paragem, que vai sendo uma incógnita quanto às suas consequências, sabendo-se que antes da paragem houve um regresso às vitórias para os vizelenses. 
Julgo que são situações a rever, até pelo lado dos adeptos, que ficam demasiado tempo privados de ver os seus clubes a jogar. No meio de tudo isto, o que se pretende é que o tempo de paragem tenha sido bem aproveitado, que Ricardo Sousa tenham conseguido limar todas as arestas e que a sua equipa seja efetivamente aquela candidata inequívoca, que se propôs ser no início da temporada. Entretanto, na paragem vimos a Seleção principal portuguesa carimbar o passaporte para o Mundial das Américas. Depois da desilusão na Irlanda, sabia-se à partida que a Arménia não prometia grandes dificuldades, para conquistar os necessários três pontos. Ainda assim, julgo que todos estávamos longe de imaginar que a vitória alcançada viria a traduzir-se em números tão contundentes.
A seleção Lusa de futebol conquistou o direito de estar em 2026 no Campeonato do Mundo, a disputar por 46 seleções, nos Estados Unidos, México e Canadá. E fê-lo através de uma exibição convincente e de uma goleada das antigas. Vencer por 9-1 não só representa uma goleada à moda antiga, como chama a nossa seleção a uma realidade de que andava distantes há vários anos.
Partindo do princípio que a seleção portuguesa, não será favorita para chegar ao título, é, seguramente, uma séria candidata, entre as várias, também candidatas, a chegar ao cobiçado e desejado troféu mundial, que já faz falta nas nossas vitrines.