A Lei do Mais Forte

José Borges

2019-02-07


Quem pode manda, quem não manda obedece. Esta terá sido a frase por mais vezes ouvida pelo povo submisso a regimes totalitários, em que apenas uma parte tinha direito à opinião. 

A cultura da submissão do mais fraco ao poder e domínio do mais forte, vai-se de forma lenta mas progressiva diluindo no tempo, e está diretamente ligada à evolução da nossa civilização. Longe vão os tempos dos imperadores feudais e da escravatura indiscriminada da população. As transformações sociais e civilizacionais fazem-se a ritmos diferentes, consoante as latitudes em que a coisas acontecem. Enquanto cidadão, considero-me um privilegiado em ter vivido num dos mais fascinantes períodos da nossa civilização. E evolução da ciência e a revolução tecnológica, trouxe-nos até à era do conhecimento e do mundo das oportunidades. Vivem-se hoje fenómenos, que num passado recente não passavam de pura ficção. 

Implantaram-se regimes democratas, minimamente respeitadores da condição humana e que permitem ao coletivo respirar. De forma organizada ou individual, todos temos o direito formar e promover opinião e dar contributos, que na nossa perspetiva possam ser úteis à organização da nossa sociedade. Deste espaço, qual Dom Quixote, tenho como rebate de consciência debitado opinião e definido conceitos, com esse propósito. A persistência aliada à fé, permitem-me com otimismo concluir, que o homem saberá utilizar a inteligência de que é dotado na construção de um mundo cada vez melhor. 

Saberá através da sua intervenção, denunciar pequenos ditadores, que quais patrões teimam em impor ordens que emanam duma única vontade ou da vontade do grupo, que de forma subserviente de si depende. 

As organizações que gerem o desporto nacional, estão carentes de líderes na sua verdadeira ascensão, que com caráter, isenção e desprendidos de interesses grupais, tragam ao fenómeno, aquilo que ele verdadeiramente merece. Saibam refletir sobre a forma como estão organizados os quadros competitivos. Sobre os interesses dos Clubes no seu todo, independentemente da prova em que competem. Evitem que se avolume a macrocefalia do nosso futebol. Assisti ao Vitória de Guimarães - FC Porto. 

Um atleta do Vitória lesiona-se e vai para o Hospital. Nada de importante. 
Ninguém ligou patavina. Lesiona-se o Marega, arrasta a perna e sai do campo. Parecia ter caído o Carmo e a Trindade tal o aparato da comunicação social. 

Impôs-se a regra a esbater. 

A lei do mais forte.