Mundotêxtil investe na digitalização e na leitura de dados

A Mundotêxtil fechou 2023 com um volume de negócios de cerca de 40 milhões de euros. Foi «um ano calmo» e, mais uma vez, «de muitos desafios», descreve Ana Vaz Pinheiro, administradora da empresa, num artigo publicado na página Portugal Têxtil.

Considera que as pessoas estão «muito prudentes nas compras», mas, assume Ana Vaz Pinheiro, «temos uma visibilidade muito curta, quase a um mês apenas». No entanto, há um lado positivo nessa mudança. «Os compradores, de repente, querem tudo para ontem, o que para Portugal é uma vantagem, como é óbvio, porque somos muito mais ágeis, quando comparados com a nossa concorrência direta estrangeira», sustenta a administradora.

Refere o artigo que depois do investimento na tinturaria de fio e na mudança de layouts da fábrica, a empresa está a instalar, no âmbito de um PRR, painéis solares, uma caldeira de biomassa e um programa informático de eficiência energética. «Este ano o nosso foco é na parte informática, na digitalização e leitura de dados», resume.

O futuro, esse será feito com clientes do segmento médio/médio-alto e uma oferta diferenciada. «A Mundotêxtil está nesse patamar, a apresentar, cada vez mais, soluções diferentes e integradas, ou seja, não é só vender uma toalha, é vender o serviço antes e depois. Hoje em dia os nossos clientes têm acesso a informação que pode ajudar a orientar coleções, a orientar materiais, a antecipar necessidades. Se tivermos uma relação de proximidade e trabalharmos todos em conjunto, conseguimos ter um mercado muito mais controlado e com menos sobressaltos. Temos mais de 200 clientes, alguns muito grandes, mas diferentes uns dos outros. Temos de ser uma empresa ágil e flexível, que consiga, de preferência, antever sempre aquilo que nos espera. Essa é a nossa missão», referiu Ana Vaz Pinheiro.

A sustentabilidade tem sido algo que a empresa tem cultivado, tendo, além de uma série de certificações, um relatório anual sobre o tema auditado pela PwC. «Já fazemos há três anos. Agora com a diretiva da UE para o financiamento, já não é um problema, porque sabemos medir. No tipo de mercado onde nos mexemos, e com o tipo de cliente com que trabalhamos, somos mesmo obrigados a ter este tipo de informação, senão desaparecemos completamente», acredita.

A legislação europeia, de resto, não assusta a administradora da Mundotêxtil, que vê a situação como mais uma oportunidade para a indústria portuguesa capitalizar e aproveitar o nivelamento do mercado, em que todos «vão jogar dentro das mesmas regras». Além disso, «maioritariamente, as empresas portuguesas estão preparadas para as alterações e para os requisitos todos» e as «grandes empresas, que têm outro tipo de estrutura, têm a obrigação de puxar pelas mais pequenas, pelos fornecedores e pelos parceiros», sendo que, na perspetiva da Ana Vaz Pinheiro, «as associações têm também um papel importante» neste domínio, lê-se no artigo do portal Portugal Têxtil.

Foto: Portugal Têxtil

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