Diogo Lopes prepara Teatro Musical para Vizela

O ator lidera um projeto em Vizela e que resultará num Teatro Musical a levar à cena por altura do Natal.

RVJornal (RVJ) – Como é que surgiu esta ideia?

Diogo Lopes (DL) – Surgiu, porque estou por Vizela há mais tempo do que aquilo que costuma ser normal. Daí que pensei em fazer cá, um espetáculo no qual eu já tinha entrado, como ator, em Lisboa e que fala sobre a leitura e a importância dos livros. Começámos, entretanto, com os ensaios na Casa do Povo e já temos agora algumas sessões agendadas para as escolas. Agradecer à Casa do Povo por ter cedido o seu espaço e à vereadora Agostinha Freitas por nos ter ajudado a estreitar relações com os Diretores dos Agrupamentos de Escolas, que me receberam de uma forma fantástica, possibilitando a que chegássemos ao maior número de pais possível.

RVJ – Mas o que é que está a ser preparado para despoletar em palco em dezembro, precisamente na época de Natal?

DL – O espetáculo chama-se “Booky e a Barca dos Sonhos” e tem como público-alvo crianças dos 03 aos 12 anos. Mas será, sobretudo, um espetáculo para toda a família. Tenho a certeza que os pais se vão divertir de igual forma. é um espetáculo que vai acontecer nos dias 16 e 17 de dezembro, a partir das 16h00, na Escola EB 2,3 de Vizela. Mas também vamos fazer espetáculos na EB2,3/S de Infias e no Centro Comunitário de Santa Eulália. Vamos ainda fazer a abertura da Festa de Natal das Crianças da Rádio Vizela, no dia 17, e depois vamos “a voar” até à EB2,3.

RVJ – Que história nos conta este Musical?

DL – São quatro personagens. Há um gato que esconde numa barca, no meio do oceano, todos os livros que pode porque acha que as pessoas já não gostam de livros. Daí que seja um espetáculo que reforça a importância da leitura e dos livros em detrimento dos iPad’s, dos telemóveis, numa altura em que parece que estamos a ficar um bocadinho dominados por essa tecnologia.

RVJ – Como é que o Diogo define o grupo que está a trabalhar neste projeto?

DL – Um grupo de jovens fantástico. Na sua maioria são de Vizela, cuja experiência no teatro era pouca ou quase nenhuma. Mas estou orgulhoso de todos eles, pois estão a trabalhar para oferecer ao público de Vizela o melhor espetáculo possível. Têm sido extremamente profissionais. Para mim, profissionalismo tem a ver com o empenho que se mete nas coisas e não com o título de “profissional” só porque se ganha a vida a fazer alguma coisa.

RVJ – O objetivo é também trazer o teatro até à cidade de Vizela?

DL – Claro que sim, porque reconheço esta lacuna. Este espetáculo não mudará nem salvar tudo, mas poderá ser o princípio para alguma coisa. Para se criarem dinâmicas e, sobretudo, para se mudarem mentalidades, porque acho que a cultura não pode ser só da “boca para fora”, tem que se fazer, tem que se tentar chegar, mesmo que não existam recursos… Ao nível do país, não há dinheiro para a Cultura mas, ao nível local, vamos tentar mudar isso. Com menos meios, mas vamos tentar fazer alguma coisa.

RVJ – Como é que isso é possível?

DL – Com esforço, criatividade, empenho e, sobretudo, com muito amor por isto, porque é aquilo que eu gosto de fazer e vou sempre lutar nesse sentido.

RVJ – O facto do Diogo ser um ator com projeção nacional, ajudou a que outros jovens se quisessem aliar a este projeto?

DL – Sim, mas acho que não foi o fundamental. Aquilo que senti é que há muita vontade nos jovens. Tive a oportunidade de fazer uma audição na Casa do Povo, porque faltava-me um ator, e apareceram várias pessoas, todas com muita vontade de trabalhar e isso, para mim, foi uma lição enorme. Uma lição, porque me apercebi que há tanta gente boa que nunca teve uma oportunidade de fazer isto profissionalmente, o que a mim só me faz pensar que tenho de ser bom, todos os dias, e superar-me porque há muita gente com talento a aparecer.

RVJ – O que as pessoas devem fazer se quiserem assistir ao Musical “Booky e a Barca dos Sonhos”?

DL – Devem fazer as reservas através do e-mail bookyeabarcadossonhos@gmail.com ou através do contacto telefónico 913 626 379. Os bilhetes, com o custo de 5 euros, serão depois levantados no dia anterior ao espetáculo. Na nossa página de facebook poderão ficar a par de toda a informação.

RVJ – Esta poderá ser a primeira de muitas iniciativas que o Diogo poderá vir a realizar em Vizela?

DL – Acho que há vontade por parte das pessoas disso acontecer e este projeto pode ser um ponto de partida para algo mais. Mas também isso estará dependente da minha disponibilidade, porque não estou cá sempre, tenho que estar também em Lisboa, por motivos profissionais.

RVJ – O facto do Diogo ter nascido num concelho pequeno como o de Vizela não foi impeditivo de alcançar uma carreira a uma escala nacional?

DL – O local onde se nasce não pode ser impeditivo de nada. A partir do momento em que acreditamos em alguma coisa é uma questão do quanto lutamos por isso. Depois vamos até onde tivermos de ir.

RVJ – Qual o caminho que teve de ser seguido para o Diogo conseguir o seu espaço na ficção nacional?

DL – Ainda não sei se tenho esse espaço. é um trabalho diário, felizmente tenho tido a sorte de me darem a oportunidade de poder mostrar o meu trabalho. Mas tenho sempre que me superar todos os dias. O segredo é mesmo esse, nunca dar nada como garantido e saber que há uma competição feroz, porque há imensas pessoas que são muito boas. Tens que dar sempre 200% para continuarem a acreditar em ti.

RVJ – E, nesta altura, já há um novo projeto em carteira?

DL – Tenho um projeto já, grande. Estou muito feliz, mas ainda não posso falar rigorosamente nada a não ser que começa em janeiro. 

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