CDU celebrou 25 de Abril e garante continuar “a lutar"

A CDU reuniu militantes e simpatizantes para festejar os 50 anos do 25 de Abril. O jantar comemorativo realizou-se no último sábado, mas antes falámos com Marco Pereira, coordenador do Partido Comunista Português (PCP) de Vizela.

“O 25 de Abril para o PCP é uma data primordial”, que significa “a luta pela emancipação do povo português, que se via atado ao fascismo”, lembrou Marco Pereira. O PCP é um partido centenário, que antes da Revolução dos Cravos vivia na clandestinidade. “A morte de camaradas, outros presos”, recordou Marco Pereira esse passado, para assinalar a importância de se celebrar o 25 de Abril, que trouxe a democracia ao país, depois de 48 anos vividos em ditadura.

Mas 50 anos depois, Marco Pereira olha para Portugal com um sentimento “pessimista”, com a expansão do partido Chega, agora representado na Assembleia da República com 50 deputados. “50 deputados numa casa, que é a casa da democracia, vemos com algum pessimismo, como retrocesso, as forças reacionárias tudo farão para que o 25 de Abril seja uma data esquecida, mas o PCP tudo fará para que não voltemos ao que éramos e que continuemos a ser livres e independentes”, referiu.

Para Marco Pereira, a ascensão do Chega deve-se, por um lado, à “voz popular” do líder do partido, “que diz o que as pessoas querem ouvir”, embora com ideias que “na prática não concretiza”, mas também aos partidos que têm governado o país. E deixa o exemplo da Aliança Democrática (AD), agora governo: “Constantemente somos mal governamos, temos agora o caso da AD, que mal começa o mandato temos logo o problema sobre os impostos, viemos a ver e não é o que eles disseram e as pessoas não se revêm nesses políticos e fazem um voto de protesto, claro que mais de um milhão de votos [no Chega] não é tudo de protesto, mas mais de metade acho que foi”.

Marco Pereira apontou ainda à “promiscuidade que existe entre a política e a economia”. “As pessoas não veem isto com bons olhos e isso faz as pessoas ficarem descontentes”, por outro lado, apontou o dedo à Comunicação Social, pelo pouco tempo de antena que dão a partidos como o PCP. “No fundo estamos a lutar contra um elefante na sala, no fundo somos os pequeninos”, destacou, lamentado ainda o “analfabetismo político” que existe na sociedade portuguesa.

O jantar de comemoração dos 50 anos do 25 de Abril teve como objetivo juntar “democratas, militantes e simpatizantes da CDU” para festejar esta data e lembrar “as conquistas que tivemos”, disse.

 

 

 

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