Álbum de Manuel Fúria bebeu inspiração no Rio Vizela

Foi nas margens do Rio Vizela que foi gravado o novo álbum de Manuel Fúria&Os Náufragos.

Aliás, foi aqui bem perto, na quinta do pai, Rogério Matos, localizada entre os concelhos de Vizela e Felgueiras, que o músico encontrou o cenário natural que serviu de inspiração a este novo trabalho - “Viva Fúria - que foi apresentado oficialmente na última sexta-feira, dia 09 de março, no Lux, em Lisboa.

“Tenho o privilégio de poder ter à minha disposição um sítio muito bonito e com condições para a gravação dos nossos trabalhos. Daí que em vez de irmos para um estúdio profissional, ou seja, para um ambiente mais aquário, que induz a uma maior pressão, montamos um estúdio numa quinta perto de Vizela e lá estivemos durante dez dias a fazer a gravação do novo álbum”, conta Manuel Fúria, à Rádio Vizela. O músico é filho de Rogério Matos, gestor na empresa Mundotêxtil há muitos anos e com raízes familiares em Moreira de Cónegos.

Aliás foi através do pai que Manuel Fúria se iniciou na música, não fosse Rogério Matos um dos grandes colecionadores de vinil em Portugal. Começou nos anos 1960, quando era responsável pela animação musical de bailes e festas de garagem e não mais parou até hoje. “Eu cresci rodeado de música. É caso para dizer que já tinha o “Spotify”em casa mesmo antes dele existir. Se havia alguma banda que eu quisesse conhecer ou descobrir bastava ir à procura entre a coleção do meu pai. Portanto, ele influenciou-me de um modo muito forte”, confessa o músico.

Músico apresenta 11 novas canções

Apesar do álbum ter sido gravado nas margens do Rio Vizela não foi só neste curso natural que Manuel Fúria bebeu a inspiração que o levou a gravar o novo álbum e que dá vida a 11 canções, uma delas chama-se mesmo “Aquele Grande Rio”, transmitindo a ideia de como um rio pode desde a sua nascente, muitas vezes escondida, conduzir à plenitude – ao mar. Trata-se de um álbum de canções de uma banda pop/rock mas que se distingue do trabalho gravado em 2013 - Manuel Fúria Contempla Os Lírios do Campo. “O último álbum era um pouco mais denso, mais conceptual, tinha uma ideia forte à qual eu quis chegar. Agora foi diferente, fomos gravando num processo mais livre, menos engajado numa ideia e acabou por ficar mais solto”, explica.

Na descrição que o Ípsilon do Jornal “O Público” fez deste álbum surge a ideia de “um “break” de bateria sacado aos Cure, a guitarra à Johnny Marr, dos Smiths, a canção gravada às três da manhã sob a inspiração dos Red House Painters e aquela outra [música] onde são citados os New Order ou os Sétima Legião”. Manuel Fúria faz-se agora acompanhar dos seus Náufragos e com eles gravou nas margens de Vizela durante dez dias num inverno com cheiro a primavera mas, recorde-se, que foi através d’Os Golpes que o músico se mostrou ao Portugal Pop. Projeto que, entretanto, acabou. Também a “Amor Fúria, a editora que cofundou e aonde se encontravam bandas como os Golpes, os Feromona, os Capitães de Areia, os Quais ou os Smix Smox Smux, cessou, entretanto, atividade.

A evolução da música de Fúria acontece também à medida que a vida do músico se foi transformando, sendo que a experiência da paternidade teve um peso preponderante na forma como passou a olhar para si e para o mundo e depois na forma como passou a partilhar emoções através das letras das suas canções e que surgem de um trabalho artístico e criativo que envolve toda a essência de Manuel Fúria.

Com produção dos Salto, “Viva Fúria” saiu a 03 de março para as lojas e há canções que já têm integrado as playlists de rádios como Antena 3, Vodafone ou Radar. Quem o diz é próprio Manuel Fúria: “São rádios de nicho mais alternativo, mas acho que também já passa na Antena 1 como espero que também sejam reproduzidas na Rádio Vizela”. Assim já acontece com as canções “Pequeno Peixe”, “20000 Naves” e “Canção Infinita”. 

Já ninguém sabe aonde irá parar a “Fúria” de Manuel. “Só Deus sabe”, diz o cantor. Agora só espera que possam ser agendados muitos concertos, que o público compre o disco e goste de o ouvir. Depois da passagem pelo Lux em Lisboa, na última sexta-feira, e depois pela cidade de Coimbra, Manuel Fúria vai continuar na estrada. Em abril tem passagens garantidas por S. Pedro do Sul e Tondela e em maio pelo Porto, Monção e Évora. Seguir-se-ão os Festivais de Verão. Mas tem Manuel Fúria alguma presença já garantida?” Acho que ainda não é suposto falar sobre o assunto, mas acho que a resposta já dá a entender alguma coisa”, responde Manuel Fúria, à pergunta colocada pela Rádio Vizela. Sobre um com concerto em Vizela, o músico também não hesita na resposta: “Quando quiserem iremos aí com todo o gosto. Os nossos contactos estão na nossa página do facebook”.

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