Vizela respira pujança

Hélder Freitas

2022-09-29


1 - O concelho de Vizela é sobejamente conhecido por todos como, para além do mais novo do distrito bracarense, o de menor área territorial, apesar de se situar a meio dos 14 concelhos do mesmo distrito no que ao número de habitantes concerne. Ainda assim não deixa de ser curioso que, em termos de representatividade nos quadros Seniores da AF Braga nas provas distritais, só é suplantado em larga ordem pelos concelhos de Guimarães, Braga, Famalicão e Barcelos. Mesmo o concelho vizinho de Fafe, dispõe de apenas sete equipas federadas na Associação, ao passo que Vizela consegue incluir seis equipas (sendo que o CCD inscreve as suas equipas A e B), não havendo por aí grande diferença, tanto mais que o concelho de Fafe duplica o concelho de Vizela em número de habitantes. Segundo estes dados que apresento, o concelho de Vizela respira pujança e não fosse a desistência do Tagilde da competição e teríamos Vizela com o mesmo número de participantes que o concelho de Fafe, algo inimaginável aquando da criação do concelho vizelense. E é aqui que importa centrar o cerne da questão. Apesar de ser positivo e salutar ter equipas em competições oficiais, o mais importante de tudo e para todos, é que elas se mantenham e perdurem no tempo. Com naturais objetivos (porque não tem graça, estar só por estar); importa criar condições sustentadas para que o risco de acontecer o que aconteceu ao Tagilde seja mitigado. Em tempo de início de temporada para todos os clubes vizelenses deixar aqui os votos sinceros do maior sucesso para todos sem excepção e um bem-haja para quem mantém de pé: CCD Santa Eulália, S. Paio, Santo Adrião, CCR Montesinhos e CCR Infias.


2 – Nas últimas semanas, a propósito de um episódio infeliz ocorrido em Famalicão e um de similar infelicidade acontecido no Estoril, temos ouvido as mais diversas discussões e as mais variadas opiniões. Há quem confunde alhos com bugalhos, outros que o fazem em relação ao barulho e à velocidade. Já eu acho apenas que devemos ser mais pragmáticos. É romântico e erudito dizerem que não temos cultura desportiva e que tais acontecimentos seriam impensáveis em estados de direito, mas não é menos verdade que neste burgo à beira mar plantado, no que ao futebol diz respeito, isso não existe, porque se gosta mais do próprio clube do que do Futebol enquanto deporto e como se isso não bastasse, os próprios adeptos dos três estarolas têm em si “implantado” a ideia de que é tudo deles e o resto é deserto ou então não interessa a ninguém. 
E não interpretem mal, não estou a dizer que os outros (os pequeninos), têm direito de mandar na casa deles como muito bem lhes apetece e que as reações foram legítimas. Longe disso. Importa é que as pessoas que vão aos estádios percebam que, a bem da segurança de todos, os estádios têm setores e zonas delimitadas e específicas para que isso não ocorra, ou seja, para que não se misturem adeptos sob pena de as coisas correrem mal e rapidamente irem para o campo da violência. 
Se está bem ou mal, está como está e era bom que se seguissem as regras e não passássemos de prevaricadores a vitimizados quando o verniz estala. Se era bonito que os adeptos pudessem confraternizar durante um jogo de futebol? Era! Mas isso ainda não é possível por cá nem me parece que algum dia o vá ser. Temos de nos ajustar à dura realidade!