O País está a arder
Fátima Anjos
2024-09-19Faltam as palavras para falar sobre o inferno que os portugueses afetados pelos incêndios têm vivido nos últimos dias. Na altura que vos escrevo é quarta-feira, o país está a arder, e é inevitável não falarmos sobre o que nos está a acontecer.
Alexandre Pereira, diretor-adjunto d’ A Bola, escrevia hoje algo importante, em que me revejo: “Em Portugal morre-se pelo calor e na Roménia e na Chéquia morre-se por inundações. Ao mesmo tempo. No fim do verão. Enquanto acreditarmos em demagogias baratas e negacionismos, e não percebermos o que estamos a fazer ao planeta, será muito difícil inverter a situação. Países altamente evoluídos, e vamos diretos aos Estados Unidos, não têm menores dificuldades no combate aos fogos da Califórnia ou às cheias na Florida. Não está sempre «tudo mal» em quem decide e faz ou não faz. Está muita coisa mal em nós. Em cada coisa que fazemos ou não fazemos no nosso dia-a-dia”.
O mundo está em mudança e as alterações climáticas contribuem para que as catástrofes naturais ou provocadas por humanos mas com interferência na vida da Natureza tomem proporções cada vez maiores. Tão grandes que fica difícil, se não impossível a determinada altura, apesar do empenho de todos os agentes da Proteção Civil, dar a resposta que é necessária, ficando a nu a fragilidade do ser humano e das suas instituições.
“Se não falarmos agora de alterações climáticas, falamos quando?”, questiona também Daniel Oliveira, em artigo publicado no Expresso.
Por isso, quando não é possível combater, só pode haver um caminho. Prevenção, prevenção e prevenção e isso tem de passar, além da limpeza de terrenos, da criação de acessos florestais e de mais pontos de água, por colocar, de forma definitiva, as “Alterações Climáticas” no centro do debate mundial.
Entretanto, uma grande vénia para todos os nossos Bombeiros que têm arriscado as suas vidas e o bem-estar das suas famílias em prol da nossa proteção.