
O Orçamento
Fátima Anjos
2022-11-24Já são conhecidas as linhas pelas quais se cose o Orçamento Municipal de Vizela para o ano de 2023. E assim, numa leitura breve, e auscultando as primeiras reações políticas, parece-nos um Orçamento ambicioso, uma vez contemplar duas grandes obras, embora uma com financiamento comunitário, neste caso, a construção dos Passadiços nas margens do Rio Vizela, e depois a requalificação do Castelo da Ponte, há muito aguardada. Mas não só. Há outras obras no centro, no prosseguimento da linha que tem orientado o projeto global da Regeneração Urbana da Cidade de Vizela. Outros investimentos estão previstos para as freguesias e aqui destacar a tão aguardada nova entrada de Infias (na Rua Portos Júnior) e a não menos importante intervenção na Reta de Sá, em Santa Eulália. Falando na rede viária, referenciar ainda a tão necessária repavimentação da Rua Elisa Torres Soares e também da Rua de Lagoas, vias com muito tráfego e com o piso a precisar de intervenção.
Da mesma forma que se entende esta visão de se querer fazer – porque as necessidades são sempre muitas – e há oportunidades de financiamento que é preciso agarrar, por outro lado, também é suscetível de colher compreensão o sentimento de alguma cautela dado o atual contexto global e as previsões macroeconómicas que nos entram pela casa adentro quase diariamente.
Mas, no fundo, o que se deseja - é que o investimento de capital previsto neste documento, que ainda terá de passar pelo crivo da Assembleia Municipal de Vizela, seja passível de ser executado, uma vez que tal resultaria em importantes mais-valias para o nosso território e para as nossas gentes. Assim pensarão as duas forças políticas atualmente com representação em Vizela, nomeadamente o PS e a Coligação PSD-CDS/PP. Será uma mescla de "investir mas com cautela".
Para que tal aconteça, e outras coisas mais, precisamos nós e talvez grande parte do mundo, de mais ou nova regulamentação do mercado energético ou até mesmo novas soluções no que toca às fontes ou às origens da energia para que ultrapassemos a atual crise energética, que já vai longa e que abala, mais do que qualquer outro fator, o tecido económico, sendo ela também geradora do aumento do custo final dos produtos, com uma inflação galopante que chega a ser assustadora. Quando é que os preços nas prateleiras dos supermercados vão parar de aumentar?
Precisamos de respostas.