O amor à camisola

Hélder Freitas

2022-08-11


O FC Tagilde entrou há uns meses a esta parte num impasse diretivo que levou o Presidente da Assembleia Geral a encerrar as actividades desportivas do clube, face à não apresentação de listas candidatas ou mesmo à impossibilidade de criar uma Comissão Administrativa que pudesse gerir os desígnios do clube, por manifesta falta de força por parte dos dirigentes que cessaram funções.

Hélder Coelho, ex-presidente, já há muito que vinha avisando que se encontrava cansado, que era altura de outros aparecerem. Mas ninguém apareceu! O principal motivo para o projecto FC Tagilde ter entrado num período de “estagnação” foi o cansaço acumulado por esta direcção, mas também tem muito a ver com as críticas que esta direcção e outras das demais coletividades vão colecionando a troco de nada, ou vá lá, talvez a troco de uma bifana, no limite…

Eu já andei por lá e sei bem das dificuldades que se passam. Mais do que as dificuldades financeiras (e este capítulo nem sequer se coloca ao Tagilde porque o clube tinha as contas em dia com os pagamentos a fornecedores todos regularizados) são as dificuldades que se enfrentam por se ter de ouvir de tudo, sem receber nada em troca e procurando fazer o melhor para o clube da terra e ainda assim, aparece sempre alguém para criticar. Em boa verdade, quem o faz, normalmente nunca por lá andou, fá-lo gratuitamente para destabilizar, mas como “quem não se sente não é filho de boa gente”, isto tem um custo, mói, desgasta… 

Posto isto, bem hajam todos os dirigentes das coletividades deste concelho que, - e até porventura o mais importante disto tudo - retirando tempo às suas famílias, dão de si para que as coletividades se mantenham em atividade. 

Que o FC Tagilde sirva de infeliz e triste exemplo da forma como o trabalho destas pessoas, desprovidas de qualquer ganho, deve ser enaltecido. Ninguém é de ferro e ninguém está agarrado a um lugar que nada lhe dá ou lhe traz, a não ser chatices e consumições.