Livro na Rota das "Alminhas" - Hora dos Agradecimentos

Pedro Marques

2022-09-22


 Desta vez, estamos a debruçar-nos sobre a apresentação de mais um livro da nossa autoria – “Rota das “Alminhas” no Vale de Vizela, já que a pesquisa feita foi nas freguesias que extrapolam até as do nosso concelho, mas fazendo parte do mesmo vale.
E como bem acentuou  Conceição Lima na apresentação do livro, a qual uma vez mais o prefaciou,  as pesquisas nele tipificadas tiveram por base o que o POVO é na sua essência: povo religioso e de Fé, portanto. E os nichos das “Alminhas” são, para nós, a expressão mais eloquente e rica do testemunho da Fé do POVO, através da sua manifestação religiosa.
Acontece, porém, um ENORME SENÃO:  o do lastimoso estado de abandono a que os nichos das “Alminhas” chegaram. Confrangedor, para nós. E com uma interrogação:  há nichos de “Alminhas” onde ainda caem esmolas, o que até nos espanta dado que em quase todOs estão destruídos os cofres. Mas onde as há, as esmolas recolhidas são entregues aos párocos das respectivas paróquias para missas pelas almas. Porém, não consta que algum deles se tenha preocupado pelo menos com a visita a esses nichos para se certificarem do seu estado de conservação, e serem eles os primeiros a zelar por esses nichos, nem que seja a informar os paroquianos de tal estado de abandono e, em conjunto, se diligenciar pelo seu restauro e manutenção.
Por outro lado, esta manifestação de Fé do POVO através dos nichos das “Alminhas”, não deixa de ser um valor patrimonial imaterial do mesmo POVO que muitos até considerarão  de “atrasado” em termos intelectuais, ou “desviado” das normas da doutrina católica. Ora, a juntar à imaterialidade religiosa, os nichos encontram-se nas estradas e caminhos. Logo, são também públicos. E assim sendo, as autarquias deveriam estar sensibilizadas para a sua recuperação e preservação.
O que para nós interessa aqui, é a manifestação religiosa da Fé que o POVO tem nas almas do purgatório. E não se esqueça: a Fé do POVO é antropológica. Nasceu no seu ADN humano dividido na sua constituição física e espiritual. A FÉ do POVO está antes das religiões. E para nós, o que as religiões vieram fazer foi “controlar” e “conduzir sob disciplina, esta essência imanente da Natureza humana, como é acreditar no Além. E por isso esta manifestação de Fé do POVO nas  “Alminhas”. 
Poderíamos, aqui, desenvolver ainda outros conceitos como o da devoção às almas do Purgatório nos termos das “visões” de N. Senhora aos pastorinhos de Fátima. E por isso, nalguns nichos de “Alminhas”, em vez da súplica “Oh Vós que ides passando/Lembrai-Vos de nós que estamos penando” se leiam outras súplicas: “N. Senhora de Fátima/Quando na Iria poisou/ A rezar pelas Alminhas/ Portugal ensinou".
Iremos ainda mais longe, recuando no tempo: Quando a cristianização se desenvolveu com a civilização romana, os “missionários” de então bem se consumiram a desviar o povo celta da sua devoção pelos mortos. Perderam o seu tempo. E então, foi a Igreja Católica a ter de acompanhar e depois aceitar a devoção desse Povo pelas almas. Aconteceu, aqui, o que ainda se verifica na devoção do povo açoriano ao Divino Espírito Santo: quem manda nesta devoção é o POVO. E problemas teve o que foi abade de S. Miguel das Caldas – D. Guilherme Augusto Inácio da Costa Guimarães, da Casa de Atim – quando já bispo de Angra do Heroísmo, tentou controlar tal devoção e nada conseguiu. Nos Açores, a devoção ao Divino Espírito Santo é do POVO. Ainda iremos voltar a este assunto num próximo entretenimento nosso.
E chegados aqui, o que deveria ter sido no princípio, acontece agora no fim: os agradecimentos. E é o que vamos passar a fazer: Em primeiro lugar, o nosso reconhecido e profundo agradecimento à ex.ma D.ra Conceição Lima, que sempre nos acompanhou na prefaciação dos livros que já editámos e sua apresentação. Todavia, neste da “Rota das “Alminhas” a gratidão é sem limites. Sei que ela teve de levar consigo, nas suas férias, tão merecidas, quase quatrocentas páginas para ler e reler e assimilar e sintetizar num prefácio de pouco mais que uma página e se preparar para a apresentação. E depois, pela sua disponibilidade, de ter sido sempre ela a fazer a apresentação dos livros de que temos vindo a ser autor.
Uma outra pessoa que temos de referenciar é o sr. eng. Adelino Campante que era quem deveria ter feito a apresentação da nossa pessoa enquanto autor deste livro em assunto. Além disso, estamos unidos por uma amizade sólida e que já vem de há anos e o levou já a ser até nosso amigo noutros âmbitos.  Porém, doença inesperada não possibilitou esta apresentação.
É nosso dever agradecer ao sr. Presidente da Direcção da Sociedade Filarmónica – sr. José Armando Branco - a disponibilização do auditório para a apresentação dos livros da nossa autoria, o que acontece já pela terceira vez. E pelos apoios, ainda, nos bastidores, para o “Verde de Honra”, no fim das apresentações.
Devemos agradecer, ainda, a honra que o sr. Presidente da Câmara nos deu em fazer-se representar na Mesa da Presidência da apresentação na pessoa da D.ra Agostinha Freitas. Como devemos testemunhar o nosso agradecimento:  à Universidade Sénior, pelo maravilhoso apoio dado no decurso da sessão da apresentação; ao Eduardo Roseira, poeta/actor, que propositadamente se deslocou do Porto para nos ajudar; às minhas sobrinhas Magda e Débora, pela animação musical, ao piano e violoncelo; aos meus irmãos e primos e sobrinhos e demais família, que se deslocou de S.to Tirso para nos apoiar.
Os nossos agradecimentos ainda a quem veio de tão longe, desde a Senhora da Lapa, Moimenta da Beira e Castro Daire e Arouca –  D.ras Ana Nunes e Dulcí Ferreira, amigas e colegas de actividades similares; à Maria José Roger, que foi esposa de Nicolas Roger, prof. de órgão de tubos e organista e do qual também fomos aluno, e falecido há cerca de meio ano, e que foi também organista titular do órgão de tubos de Fátima, quase vinte anos e do de Arouca, depois, durante cerca de dez.
Entre tantas outras presenças também de fora, o nosso agradecimento à D.ra Maria Amélia Fernandes, de perto da Póvoa de Lanhoso; D. Isabel, de Lousada; D.ra Donzília Martins e amigas que trouxe consigo, de Paredes; D.ra Libânia Madureira e marido; e Manuela Barroso e marido e amigas/os, todas estas pessoas vindas também do Porto.
 O nosso agradecimento vai ainda para o sr. Augusto Costa, administrador da empresa “Manuel Costa&Filhos Lda”, de Britelo, pelo seu apoio e para o Rv. Sr. P. Constantino, que também nos honrou com a sua presença.
O nosso agradecimento vai também para os que fizeram a cobertura fotográfica deste evento – o Júlio César; o José Marinho e o Manuel Marques.
E ainda às demais pessoas presentes, de Vizela, que temos forçosamente por amigas, pois nos deram o conforto do calor humano da sua presença e deram ao auditório uma moldura humana de muito aconchego.
Com o abraço amigo de sempre e de eterna gratidão onde também incluímos as demais pessoas de fora cuja referência eventualmente tenha ficado omissa., o nosso BEM-HAJA