Treinadores querem fazer “mais e melhor” na Divisão de Honra

Expetativas de Santa Eulália, Santo Adrião e S. Paio para a prova que arranca este sábado

A Divisão de Honra da AF Braga, inicia-se este fim de semana, na Série B da competição voltam a estar três equipas de Vizela, com sonhos e objetivos definidos, que querem atingir em 2024/25.

Os treinadores das três equipas, Armando Pinto pelo CCD de Santa Eulália, Vítor Pacheco pelo S. Paio e João Pedro Ferreira pelo Santo Adrião, assumem unanimemente a vontade de fazer melhor do que a época passada.

 

 

A Divisão de Honra da AF Braga arranca este fim de semana, com a presença de três equipas de Vizela, as mesmas da época passada e com os mesmos treinadores que a terminaram.

Santa Eulália, S. Paio e Santo Adrião têm objetivos bem definidos e a expetativa em conseguir atingi-los, no entanto, só com o desenrolar da época se irá perceber se conseguiram reunir equipa para dar corpo a essa vontade. Na antevisão feita pelos treinadores, há situações em que todos concordam, uma delas é a data do arranque da prova. A ideia comum é que devia começar em inícios de outubro, permitiria, que setembro fosse um mês de preparação, depois dos jogadores terem gozado férias com as famílias.

“Há dificuldades que enfrentámos a cada início de época, é já uma luta antiga com a AF de Braga, a quem custa ouvir os clubes sobre certas questões. É impossível evitar que os atletas vão de férias. Nós temos o suporte dos Sub-23 que nos permite trabalhar de outra forma, embora esta semana, antes na competição seja a primeira em que estamos a trabalhar com o grupo todo”, refere Armando Pinto, do Santa Eulália.

Vítor Pacheco, treinador do S. Paio, alerta para a mesma dificuldade: “São dificuldades transversais a todas as equipas. Tentámos olhar para isso e dar oportunidade a jogadores da nossa formação, para poderem fazer connosco a pré-época. Enquanto treinador gostaria de ter todos os jogadores à minha disposição”.

Destaca que é importante fazer uma reflexão, pois faz pouco sentido o campeonato terminar em abril ou maio e depois terem os jogadores a gozar as suas férias, já em cima do início dos campeonatos. “Se começássemos o campeonato em outubro teríamos a oportunidade de começar a pré-época em setembro e acabaríamos em junho, o que seria o ideal para todos. O mês de agosto em Portugal é o mês onde 90% da população faz férias, porque é quando as empresas fecham. Permitiam que os clubes começassem todos em igualdade de circunstâncias, algo que agora não acontece”, afirma.

“Se houver algum motivo para que as coisas tenham de ser assim, que nos expliquem e nós deixamos de falar nisto. Com a mudança todos beneficiavam, os clubes é que têm de trabalhar para que as coisas aconteçam”, reforça ainda, sobre o assunto.

João Pedro Ferreira, treinador do Santo Adrião também alinha pelo mesmo discurso: “Compete aos clubes unirem-se e pedirem uma reunião à AF Braga, para perceber, porque as coisas continuam a ser desta forma, apesar do desagrado de todos. É prejudicial para toda a gente, e os dirigentes devem unir-se e conversar para o bem comum”.  Destaca ainda que “os clubes podiam ter um planeamento melhor, no início de trabalho.  “Até agora foi tudo muito intermitente, na última semana optamos por parar para termos sempre jogadores. Não é como nós queríamos, é como se pode”

Com estes constrangimentos a pré-temporada foi realizada dentro das possibilidades de cada um dos clubes, que se apresentam na melhor forma possível para este sábado.

 

Armando Pinto: “Imbuídos num espírito de apostar no que temos dentro de portas”

 

 Em Santa Eulália, Armando Pinto arrancará com uma equipa com quatro semanas de trabalho: “Temos feito o possível, para estamos o melhor que conseguirmos para o primeiro jogo”, assegura o treinador, que admite ainda não ter o plantel completo. “Espero jogadores que venham para acrescentar, esses serão sempre bem-vindos, se assim não for prefiro utilizar os jogadores mais novos, pois é para isso que temos os Sub-23”

Com obras de grande monta a decorrer no clube, o orçamento para o futebol é menor, tudo em prol de um futuro maior, como destaca o treinador: “Estamos imbuídos num espírito de apostar no que temos dentro de portas, o clube está a realizar obra e o dinheiro não abunda, para a contratação de jogadores. Estamos a criar condições para no futuro ser um clube de referência e ir para além dos distritais”.

Numa série onde há muitos favoritos aos primeiros lugares, a começar há um grande adversário: “Todos os jogos serão difíceis, na primeira jornada vamos ter o Taipas, talvez a equipa que reforçou melhor, com muitos jogadores do Pró Nacional. De semana a semana vamos ver quem são os mais fortes, há muitas equipas que apostaram muito nos planteis”.

E depois de na época passada ter assumido a subida, este ano, apesar de se sonhar com esse objetivo, o clube é mais comedido: “Prometemos lutar todas as semanas pelos três pontos em casa ou fora. Vamos trabalhar afincadamente para os conseguir, não olhando ao nome do adversário. Se a oportunidade de subir de divisão estiver ao nosso alcance não a vamos enjeitar, mas não nos assumimos como favoritos.

Sei que o nome do Santa Eulália é uma referência na AF Braga, pelo que já fez. Isso vale o vale, se não mostrarmos dentro de campo que somos o CCD de Santa Eulália”, refere.

 

Vítor Pacheco: “Não faz sentido não querer fazer mais do que a época passada”

 

Em S. Paio o arranque da temporada é feito com alguns constrangimentos, devido às obras que decorrem no Campo da Covinha. A pré-época conseguiu fazer-se em casa, já os jogos de preparação tiveram de ser efetuados todos fora de portas. As obras provocam ainda a inversão do jogo da 1ª jornada, que irá ser realizado na casa do adversário, o Lousado. Quanto ao plantel o clube partiu para esta época com a ideia de manter uma base e depois reforçar e assim foi. “Ficámos com quase todos aqueles que queríamos, apenas quatros saíram, para abraçar outros projetos, mais ambiciosos do que aqueles que o S. Paio consegue proporcionar. Um desses exemplos foi Ebuka que até foi jogar para a República Checa, para um campeonato nacional. Plantel ainda não está fechado, é uma velha máxima, mas é a verdade. O fundamental é trabalhar de forma séria e rentabilizar os jogadores que temos”, afirma o treinador do S. Paio.

Afirma que são esperadas muitas dificuldades para todas as equipas, porque é mais uma época com muita qualidade. “Até quem subiu tem qualidade, pois se ganhou é porque é competente. É de esperar um campeonato extremamente competitivo em que vais ter de trabalhar muito, para não passar por dificuldades”.

Sobre os objetivos definidos afirma que “não faz sentido não querer fazer mais do que a época passada”. O objetivo é sempre melhorar: “Seja em que quadrante for, temos de tentar sempre melhorar. O ano passado fomos competitivos, obtivemos uma classificação que até nos soube a pouco, andámos sempre na luta, depois acabámos em sexto, mas se tivéssemos ficado em quarto também era justo e merecido. Não fomos competentes o suficiente nas duas últimas jornadas, foi uma questão de mentalidade. Esta época vamos tentar melhorar o nosso registo, sermos competentes e competitivos”.

Com a jornada invertida, em relação ao sorteio, a estreia será em Lousado, onde se esperam dificuldades. “Gostava que o jogo fosse em nossa casa, junto dos nossos adeptos, mas não vai ser possível. O Lousado subiu e está em espírito de conquista, num jogo em casa, o que vai ser mais um fator de dificuldades para nós. Estamos a trabalhar muito e queremos começar bem, apesar do jogo não ser em nossa casa, mas o pensamento é único, que é somar os três pontos. Começar bem é importante e mais do que isso é sermos competentes ao longo de toda a temporada. Espero que os adeptos nos acompanhem em Lousado e possamos todos trazer a vitória”, afirma.

 

João Pedro Ferreira: “É o primeiro objetivo, queremos uma manutenção tranquila”

 

Em Santo Adrião, as dificuldades sentidas a época passada deixaram a sua marca e levaram à realização de uma reformulação geral. Desde cedo o clube começou a encetar essa reformulação, que passou pela estrutura, equipa técnica e plantel, como aponta João Pedro Ferreira.

“Precavidos depois da época passada, já sabíamos que tínhamos de fazer alguns ajustes. Era necessário dar um passo rumo a um futuro diferente. Este ano fizemos menos renovações e reforçámos mais que o habitual, mantendo ainda assim o orçamento”.

Ainda assim, a construção do plantel não fugiu muito aquilo que o clube tinha planeado.

“O trabalho foi feito de forma atempada, pois sabemos que a realidade desta divisão é muito forte. É um plantel mais curto do que o da época passada, mas com soluções de outro nível, para esta divisão”.

O treinador do Santo Adrião espera mais uma época muito difícil, face à qualidade das equipas que integram esta divisão: “Isto vai ser muito competitivo, cada ponto vai ser muito difícil de conquistar. Cada semana terá grande equilíbrio, com jogos a decidirem-se no detalhe”. Não aponta favoritos: “Há alguns históricos bem conhecidos, o nosso primeiro adversário terá um projeto de subida de divisão, pode ser um favorito. Não há favoritos, porque a luta vai ser difícil para todos”.

A época passada foi de grande sufoco para o Santo Adrião, que só assegurou a manutenção na Honra, nos momentos finais da última jornada, por isso uma manutenção tranquila é o que mais pedem para 2024/25: “É o primeiro objetivo, queremos uma manutenção tranquila e nunca passar pelos apertos que tivemos a época passada. Temos de somar os pontos suficientes, na casa dos 42 pontos, para termos um campeonato tranquilo. É para isso que planeamos a época, nós sabemos que a Divisão de Honra é para já o melhor para este momento do clube”

Destaca que há ainda muito a conseguir, antes de pensar na possibilidade de subir de divisão: “O clube tem que crescer ao nível da formação e das infraestruturas, já ao nível dos Seniores temos que nos manter nesta divisão, pelo menos para já, pois temos que nos estabilizar na Honra”.

A estreia é este sábado em casa com o Torcatense, num jogo de grau de dificuldade elevado, ainda assim o Santo Adrião promete o seu melhor. “Podemos esperar uma equipa, competitiva, coesa e organizada, que seja difícil de jogar contra. Espero que os meus jogadores estejam comprometidos, com grande atitude e que deixem tudo em cada lance”.

Para o João Pedro Ferreira, é importante que o clube seja capaz sobretudo de manter a identidade que o caracteriza: “A qualidade técnica é importante, mas a equipa, os valores de balneário e a atitude mental por vezes é que ganham os jogos. Queremos uma equipa assim, com valores positivos para cativar mais adeptos para o clube”.

“Acredito que todos juntos vamos atingir os nossos objetivos, queremos fazer uma reta inicial do campeonato muito boa e depois continuar bem”, remata o treinador.

 

 

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