Capitão do S. Paio SC e lutar contra um linfoma

Vitinha está a fazer tratamentos desde agosto e aos poucos vai derrotando a doença, mas vai falhar a época

Vitinha capitão do S. Paio, está a lutar há alguns meses contra um linfoma, um tipo de cancro que afeta as células responsáveis por proteger o corpo de infeções e doenças. Com 29 anos de idade e natural de S. Paio, o jogador descobriu a doença por ter sido infetado com Covid-19, como contou à Rádio Vizela. A Covid -19 entrou na sua vida através da filha bebé, nascida em março, que foi contagiada aquando da vacinação. E se a filha se curou rapidamente, já Vitinha esteve alguns meses sujeito à doença, o que acabou por alertar os médicos. Depois da realização de muitos exames médicos, em internamento hospitalar, Vitinha ficou a saber que a Covid- 19 era a menor das suas preocupações, uma vez que lhe foi diagnosticado o linfoma. “Foi um sopapo, nunca pensei que me poderia acontecer algo de semelhante. Na minha cabeça ter cancro era o fim do mundo”, destacou.

Chegar a um diagnóstico neste tipo de linfomas poderá levar anos e Vitinha até diz que há males que vêm por bem, pois foi graça à bateria de exames que realizou, enquanto esteve internado com Covid-19 que ficou a saber da doença, como revela. “Foi o pior mês da minha vida, pois estava internado sozinho, estive 33 dias sem visitas, mas isso permitiu que o diagnóstico do linfoma fosse feito e já consegui ultrapassar a pior fase”.

Foi encaminhado para o IPO do Porto e em agosto passado começou a fazer os tratamentos, com quatro ciclos de quimioterapia, que estão a surtir o efeito desejado. “Ao final do segundo tratamento é feita uma avaliação e foi muito positivo, pois revelou que os tratamentos estão a acabar com a doença. Os médicos já me deram quase cem por cento de certeza de que vou ficar curado”, destaca feliz.

A doença contra a qual está a lutar vai valer a Vitinha o afastamento do futebol, pelo menos durante uma temporada. Esse é pelo menos o entendimento do jogador e também do seu médico.  “Já falei com o médico e ele diz-me que este ano não devo ter capacidades para jogar. Há mazelas que ficam, porque a quimioterapia deixa mazelas e também tenho menos imunidade. No entanto, pela minha idade e pelo facto de ter sido um desportista toda a vida as recuperações a nível físico vão ser melhores”.

Recorde-se que não chegou a ser inscrito pelo S. Paio, para a presente temporada, uma vez que estava a contas com a Covid-19. Na altura o presidente Nuno Ferreira queria que fosse o primeiro a ser apresentado, como a primeira renovação, por ser o capitão de equipa, mas a situação acabou por não se concretizar, por ter sido detetado o linfoma.

Na sua carreira, o capitão só conheceu o S. Paio, onde ia iniciar 18ª época, confessa que o futebol e o clube são coisas importantes no seu dia a dia, mas agora valores mais importantes se levantam, sendo um deles a própria vida. “Adoro o S. Paio e o futebol, estou sempre a par do que está a acontecer e custa-me imenso não estar a fazer parte. Agora tenho uma filha e quero vê-la crescer. Os jogos ainda não terem começado até ajuda, porque não vejo e não me custa tanto. Quando começar vai ser pior, vou ficar mais triste”.

No entanto, pensa regressar na próxima temporada. “Decerto que vou ter condições de voltar para o ano, entretanto fico por fora a torcer pelo clube e por todos os meus colegas”, refere com otimismo.

 

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