Educação: Uma “Casa” sempre em construção

Fátima Andrade

2018-09-20


“A Educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”  - Nelson Mandela

Setembro apresentou-se quente, indiferente à mudança das rotinas agora retomadas, após as merecidas férias de verão.
Setembro é mês de abrir as portas da Escola e receber todos aqueles, pequenos e graúdos que vêm em busca da aquisição das competências essenciais à vida de qualquer cidadão.
A Educação é um direito plasmado na Constituição da República , deixando claro que todos, mesmo TODOS, têm direitos iguais numa sociedade democrática e igualitária.
Para além disso, é a Educação, que nos acompanha ao longo de toda uma vida de aprendizagem e que nos abre as portas para o chamado Mundo do trabalho.
Parece tão fácil, dito desta forma: os cidadãos têm na  Escola a salvaguarda do princípio à liberdade de aprender e de por em prática essa aprendizagem, seja ela em que nível de escolaridade se situar. Ao longo de 48 anos de Estado Novo, somente quatro, em cada cem estudantes do superior, eram filhos de trabalhadores.
Essa realidade de má memória foi sepultada, e esperamos bem fundo, com o raiar da Democracia implementada por Abril.
Hoje, a escolaridade processa-se ao longo de toda a Vida.
Falar de educação, ensino, escola é dos assuntos mais complexos que poderemos abordar. O que hoje é, amanhã deixa de ser.
A velocidade da mudança, de mão dadas com a inovação tecnológica, impede-nos de vislumbrar um futuro estável, especialmente no que concerne ao mundo do trabalho. Estudos recentes, vindos a público, dão-nos certezas no meio de grandes dúvidas: ninguém pode esperar que saído da universidade, de um curso médio, tecnológico ou seja lá qual for a especialização, a mesma se concretize para toda a vida, à semelhança daquilo que acontecia há alguns anos atrás.
É preciso, pois, que todos, mas mesmo todos invistam , em cada dia na sua formação, adquirindo competências nos vário domínios das letras, das ciências, das artes, inovação tecnológica… 
Não é só a Escola quem tem o domínio da transmissão do conhecimento. Este é transversal a toda a Sociedade. Uma Sociedade que tem de se reinventar todos os dias, acompanhando as mudanças que se operam a cada minuto no mundo inteiro.
A sociedade no seu todo tem de interagir com a Escola, procurando que os seus cidadãos venham a ser seres opinativos, interventivos, com capacidade de decidirem as suas vidas, de saberem o que querem da Escola e da Vida, capazes de construírem o seu Futuro. 
Aos pais/encarregados de Educação é-lhes dada a possibilidade de mudarem mentalidades, de exigirem, de decidirem no projeto educativo do seu educando.
Há algumas mudanças que serão introduzidas no corrente ano letivo, a redução do número de alunos por turma, currículos menos extensos, flexibilidade (25%) na conceção do currículo, deixando margem à Escola para que desenvolva projetos inovadores, possa criar novas disciplinas consentâneas com a região em que aquela está inserida, por exemplo. 
O certo é que muitas são já as Escolas que não precisaram da decisão governamental e já vêm desenvolvendo verdadeiros projetos para a vida ativa do aluno, centralizando a sua ação no conceito da Cidadania, do aceitar o outro com todas as suas diferenças de abrir janelas para o Mundo que teima em impor a mudança constante nos paradigmas mais ortodoxos.
É que os professores, os Diretores de Escola estão com o firme propósito de ajudar os seus alunos,  de os fazerem mais participativos, de os tornarem verdadeiros construtores das novas realidades que hoje se nos deparam. Eles, os pais, os alunos, as autarquias, num esforço conjunto, onde o afeto e o carinho nunca faltem na relação escolar, continuarão na procura da sua meta: Valorizar cada um dos alunos nas suas diversidades e juntando-lhes aquilo que tantas vezes é negado, com especial ênfase, aos professores  -  o aspeto afetivo com que transmitem os seus conhecimentos, da mesma forma com que  ouvem os desgostos dos seus alunos, dando-lhes, tantas vezes, o colo que não têm ou não tiveram no seu círculo familiar, mesmo que trabalhando em condições menos dignas.
Parafraseando Nelson Mandela  “A Educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o  Mundo”.
Vizela, já o disse várias vezes, possui um dos parques escolares  mais bem apetrechados do país. Instalações já temos, bons professores também, pais atentos e dinâmicos, Presidentes de Junta participativos e, quer-me parecer que Victor Hugo Salgado não faltará à sua promessa de tomar como prioridade do seu mandato a Educação. Faça isso, Sr. Presidente!  - e terá um Concelho com a qualidade de vida que todos desejam. Ouça as escolas e outros agentes educativos. Quem melhor do que aqueles que trabalham a massa a saberá modelar a contento de todos, com vista à criação de uma Sociedade mais humana e civilizada?
Um bom ano letivo para toda a Comunidade Educativa!