Editorial 05 de abril de 2018

Fátima Anjos

2018-04-05


Na Reunião de Câmara realizada na última terça-feira foram apresentadas duas propostas, que serão, a partir de agora, as traves mestras, no que respeita ao futuro do Complexo Termal de Vizela, que inclui o balneário e o Hotel Bienestar. Isto porque nelas estão expressas as obrigações do atual explorador – o Grupo Tesal. Deverão ser vistas, portanto, como uma oportunidade para o grupo espanhol realizar o que prometeu quando em junho de 2012 realizou uma mega festa no Parque – transformada num arraial minhoto - para marcar a reabertura das Termas.

Naquela altura, o balneário encontrava-se encerrado e os seus trabalhadores viviam dias difíceis – ameaçados por um despedimento coletivo – que os obrigava a tomar um novo rumo nas suas vidas. A concessão do Complexo Termal à Câmara Municipal e a consequente adjudicação da sua exploração, após concurso internacional, ao grupo espanhol abriu as portas a “uma nova esperança” para uma terra assolada por uma crise que havia “assassinado” milhares de postos de trabalho na região. Ao mesmo tempo, o comércio local, aquele que outrora havia florescido com o termalismo, tentava aguentar-se por pontas. Não foi por acaso que, naquela altura, nasceu o Movimento de Comerciantes do Vale de Vizela – Unidos pelas Termas.

Daí que a chegada do grupo espanhol a Vizela veio criar um conjunto de expetativas positivas no que tocava ao futuro da cidade, reconhecendo já os seus principais responsáveis que o caminho de Vizela passaria por uma afirmação do concelho como destino turístico, num conceito vocacionado para o turismo da saúde e bem estar. Na altura, foi anunciado um investimento de cerca de 5 milhões de euros, com a previsão de que todo o projeto ficasse completamente operativo ao final de dois anos. Sabia-se que estariam sobre a mesa candidaturas a fundos comunitários, mas da parte do Grupo Tesal, foi sendo dada a garantia de que o projeto de Vizela seria para avançar, independentemente das mesmas virem a ser aprovadas ou não.
Já passaram quase seis anos e falta concluir o projeto de requalificação no que toca ao balneário termal, no que concerne aos seus acessos, arranjos exteriores e construção de piscina termal. Quando ao Cine Parque, já é público, de que o mesmo passou para a alçada da Câmara Municipal de Vizela. Sabemos que os tempos foram de dificuldade, mas o que muitos não perceberão, mais do que as obras que faltam realizar, foi o atraso no pagamento nas rendas referentes aos dois contratos de exploração, em particular porque o Hotel e as Termas mantiveram-se sempre em funcionamento. Um acumular de dívida que penalizou o Município, que se viu obrigado a pagar à Companhia de Banhos, para cumprir com o contrato de cessão de exploração, sem que fosse ressarcida por este grupo. Isto em tempos de aperto… Não podemos esquecer que Vizela esteve agarrada ao PAEL.
Por tudo isto, serão muitos aqueles que olham para estas duas propostas como a última oportunidade que é dada a um grupo, que tem agora a obrigação de mostrar que quer, efetivamente, devolver o título de Rainha às Termas de Vizela, cumprindo com os pagamentos e fazendo tudo para estimular a atividade do Complexo Termal. Até porque será o primeiro a ganhar com isso.

Tudo isto para dizer que se Grupo Tesal se quiser fixar em Vizela: “É agora ou nunca”.