Comunicação do Presidente do Conselho de Administração da Rádio Vizela

Armindo Faria

2017-05-24


Quem não deve não teme - Parte III e última - em defesa da honra;

Ou, quem não tem medo não treme.

 

Pela terceira - espero sinceramente que seja a última - a peça de teatro de fantoches, escrita e ensaiada para atacar a Rádio Vizela - Cooperativa de Radiodifusão, CRl e, por via dela, a minha própria pessoa, teve recentemente mais duas apresentações públicas, uma na sexta-feira, dia 19 e a outra na terça-feira, dia 23, ambos do mês de Maio do ano corrente, respectivamente representadas pelo, ainda, actual candidato do Partido Socialista e pelo candidato da Coligação por Vizela.

Para além das futilidades habituais, que, certamente, pretenderam constituir momentos humorísticos e, sobretudo, da atroz incapacidade de compreenderem o óbvio, ou, a não ser assim, da manifesta má-fé que decorre de tão infelizes prestações teatrais, o traço distintivo dos dois novos episódios residiu na alteração relativa à mudança de um dos figurantes principais, neste caso, para pior. Estou a referir-me à actuação de sexta-feira.

Já o disse e, reitero (ainda que tenha fé que será a última vez) que, pela minha parte, não me acho merecedor de tanta atenção e honra! De todo o modo, aceitem ambos a minha gratidão.

Honra e gratidão porque, como é obvio e incontestável, nem o autor (desconhecido) da peça, nem os seus figurantes, principais ou secundários, uma vez que fosse, apontaram um único facto que, por mais pequeno que fosse, indiciador de que as Jornalistas das diversas valências da Rádio Vizela-Cooperativa de Radiodifusão, CRL - instituição que, não tendo natureza pública, presta inegável e reconhecido serviço público - se tivessem deixado sugestionar, influenciar e, pior do que tudo, manipular por quem quer fosse, muito menos pelo Presidente do Conselho de Administração da instituição.

Não! Justiça lhes seja feita. Não colocam em causa os profissionais.

Mas arrogam-se, vá lá saber-se porquê (calhando bem até é fácil perceber), no direito, ainda que grosseira e contraditoriamente explanado, de questionar a minha permanência no cargo, apenas e só, porque se acham no direito - que jamais lhes reconhecerei - de interferirem nas minhas convicções pessoais, na minha intervenção cívica, em suma, no meu direito ao livre arbítrio de escolha e liberdade de expressão, constitucionalmente consagrados!

Vejamos,

Como entender, na verdade, que - caso eu tivesse o poder de influenciar e/ou atemorizar Jornalistas, ou seja lá o que for que nas suas cabecinhas fracas, vazias e maldosas passa - eu permitisse que em todas as plataformas da Cooperativa, designadamente: Rádio, RVjornal; Sítio na Internet e Facebook, sejam utilizadas por esses incoerentes para, eles próprios, me atacarem vil e ferozmente?!

Serei eu, afinal, o “todo-poderoso” da comunicação social local, tão masoquista que trabalhe e me sacrifique, profissional e familiarmente, sem reclamar qualquer contrapartida para, pasme-se, permitir e aceitar que os meus algozes me ataquem através das minhas próprias ferramentas e que, supostamente, eu domino?!

Por favor, alguém com lucidez e capacidade, me faça um desenho e, como se eu tivesse cinco anos, me explique por que razão tal acontece…

Ou, então, que o faça para os meus perseguidores, de forma a conseguir aquilo que eu não fui capaz. Mostrar-lhes a falácia das insidiosas afirmações que, de má-fé, não se cansam de vociferar em desespero de causa.

De que têm medo afinal?!

Como é que não percebem a total falta de razão e de fundamento das suspeitas vãs, inócuas, injustas e injustificadas que falaciosamente tentam implantar na cabeça dos mais distraídos quando, fácil é constatar a incoerência e contradição em que tais insinuações, inclusive, constantemente caiem no ridículo?!

O que, como já tive oportunidade de dizer, apenas demonstra o seguinte:

a)- Que ignoram por completo o que são as Leis da Rádio e da Imprensa;

b)- Que não percebem que, com as suas desconfianças infundadas, apenas estão a colocar em causa o brio de uma equipa de Jornalistas, sérios, isentos, independentes e competentes;

c)- Padecem de crónica falta de cultura democrática.

Mas, esperando ser a última vez que o faço, respondendo, por ordem cronológica:

Senhor João Costa. Desengane-se e não subverta as coisas.

Conhece-me suficientemente bem para saber que não lhe permitirei jamais que tente fazer-me o que, no passado recente fez a diversas pessoas, cujos nomes, por respeito e elegância, aqui não vou referir. Pessoas a quem o Senhor, quando e sempre que tal viesse ao encontro dos seus egoísticos interesses, tanto tecia rasgados elogios como, na primeira oportunidade, sendo descartáveis, rebaixava a níveis imerecidos pelos visados.

Pessoas estas que, obviamente, se reduzem ao pequeno leque daqueles, tal como eu próprio, tiveram e têm a coragem de, com frontalidade, cara a cara, olhos nos olhos, mas sempre de forma digna e educada, lhe dizerem o que pensavam, o que pensam e o que lhes ia ou vai na alma.

E tudo isso, sem receio das consequências que lhe poderiam, ou possam advir por não se submeterem ao jugo da auto proclamada, mas apenas aparente, superioridade intelectual, moral ou ética, como aquela com que, agora, V.Ex.a se arroga e com a qual pretende transformar-me no seu “inimigo de estimação”.

Desengane-se desde já. Não vai conseguir.

Ao Senhor (e, aproveitando o ensejo, também, ao Dr. Jorge Pedrosa), digo-lhe o que em tempos disse à sua musa política: para mim é suficiente ser sério. Contrariamente àqueles, nos quais V.Ex.a se incluí, que, apenas, se preocupam em parecer.

Desde há muitos meses que, após ser convidado a integrar, para o desempenho das modestas funções que, actualmente, desempenho dentro do Movimento Independente Vizela Sempre - mesmo entendendo que nem sequer era obrigado a fazê-lo - de imediato informei/comuniquei, não só aos meus Colegas de todos os Órgãos Sociais cessantes e actuais, mas também e sobretudo, ao universo dos Senhores Cooperadores (os únicos a quem tenho o dever de prestar contas), todas as circunstâncias, presentes e, eventualmente, futuras em que, respectivamente, me envolvia e/ou poderia vir a envolver.

Factos estes de que, inclusive, enquanto ainda achava que podia confiar em si, directa e indirectamente, dei atempado conhecimento a V.Ex.a.

Não me servi, não me sirvo e jamais me servirei, uma vez mais, contrariamente a V.Ex.a, da instituição que represento para atingir quaisquer outros fins que não tivessem sido, sejam, ou venham a ser, o proporcionar a uma equipa competente, briosa e solidária, a prestação reconhecida de serviço público: não vendo a minha alma ao diabo.

Quando, a acreditar no que o Senhor disse, afinal, desde Janeiro de 2017, já andava a “conspirar” com os seus novos acólitos (num passado recente renegados da sua alta auto consideração pessoal), escondendo de tudo e todos, designadamente dos que o apoiaram e suportaram neste último mandato?!

É público que a minha carta de demissão, contrariamente ao senhor, escrevia no dia 03 de Janeiro de 2014, quando tomei posse para o meu primeiro mandato à frente da Direcção da Cooperativa. Reescrevia-a, no dia 30 de Dezembro de 2016, quando, o universo dos Cooperadores, apesar de terem perfeito conhecimento das circunstâncias que, agora, tanto incomodam V.Ex.a, me renovaram o voto de confiança para novo mandato, neste caso do Conselho de Administração da Rádio Vizela- Cooperativa de Radiodifusão, CRL.

Poderá, V.Ex.a, por acaso, dizer o mesmo?!

Reitero, pois, o que todos já sobejamente sabem: Se, por alguma forma vier a interromper o exercício das minhas funções no seio da Rádio Vizela-Cooperativa de Radiodifusão, CRL, tal decorrerá por imperativo da minha própria consciência e, nunca, por pressões maléficas, mas inócuas de quem quer que seja, menos ainda quando provenientes de quem não possui estatura moral para mo exigir.

Finalmente,

Já que teima, qual disco arranhado, em falar constantemente em “ética”, e de “moral”, ainda que duvide que saiba do que se trata, deixo-lhe aqui o seguinte repto:

Estou disponível para, quando e onde (excepto nas instalações da Rádio Vizela) V.Ex.a quiser, debater consigo (o Dr. Jorge Pedrosa, querendo, também pode vir) aqueles dois temas.

Apenas temos de acordar em encontrar um moderador da confiança dos dois ou, em caso de impossibilidade, cada um de nós (qual duelo) designará um e os dois escolhidos, entre si, definirão as regras do debate.

P.S. - Pode fazer-se acompanhar dos seus, antigos e novos, acólitos que pretender que eu reservo-me o direito de ir a “combate” sozinho.

Quanto ao resto, suficiente é dar por integralmente reproduzidas as considerações que, oportuna e no passado recente, tive o ensejo de tecer e para as quais, a ambos remeto.

Aceitem as minhas saudações democráticas.

Vizela, 24 Maio de 2017,

Armindo Faria,

Presidente do Conselho de Administração da Rádio Vizela-Cooperativa de Radiodifusão, CRL.